Agronegócios
Crescimento do PIB é positivo, mas precisa de crédito e política clara, analisam lideranças

O campo mais uma vez puxou o Brasil pelas rédeas. No primeiro trimestre deste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária cresceu impressionantes 12,2%, segurando o PIB nacional em alta de 1,4%. A soja, com crescimento de 13,3% em relação a 2024, liderou como de costume: representa 36% de todo o faturamento agrícola.

Isan Rezende
Mas se o presente é de bonança, o horizonte carrega nuvens carregadas. “O crescimento do PIB só está sendo sustentado por causa da força do campo. É o agro segurando a balança com a sola da bota. O problema é que a bota está ficando gasta, e ninguém está olhando pra isso”, alerta Isan Rezende, presidente do Instituto do Agronegócio (IA).
Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o bom desempenho se deve a um clima generoso e ao investimento pesado dos produtores rurais. Mas a própria entidade coloca o pé no freio do otimismo: “Esse mesmo nível de investimento pode não se repetir na próxima safra, diante do elevado custo do financiamento produtivo, atrelado à instabilidade econômica e política, dado as incertezas globais”, informou a CNA em nota técnica.
Rezende vai além: “Produtividade vem de tecnologia, e tecnologia vem de crédito. Se o produtor tem que escolher entre adubar a lavoura ou pagar o juro do financiamento, a produtividade cai. E com ela, o Brasil”.
Apesar do tom de alerta, os dados do primeiro trimestre são impressionantes. A soja brilhou com desempenho positivo em estados como:
- São Paulo: +50,3%
- Tocantins: +28,1%
- Mato Grosso: +26,4%
- Goiás: +21,4%
- Paraná: +17%
Mas nem todos tiveram números tão poistivos. O Rio Grande do Sul, por exemplo, atingido por adversidades climáticas, viu sua produção de soja despencar 27,3%. “O que se vê hoje no Sul é um retrato do que pode acontecer em escala nacional se não houver uma política agrícola mais robusta. O produtor está fazendo milagre com custo nas alturas, praga resistindo a defensivo e crédito minguando”, reforça Rezende.
Além do clima e dos custos internos, outro desafio bate à porteira: os acordos comerciais entre Estados Unidos e China, que podem minar a presença brasileira no mercado asiático de soja. “Se a China abrir mais para os EUA, o Brasil vai perder espaço. E sem esse mercado, vamos sentir. Não adianta colher muito e vender mal”, pondera o presidente do IA.
A CNA defende medidas estruturantes como crédito com juros íveis e ferramentas eficazes de gestão de risco. Isan Rezende endossa e amplia a pauta: “A gente precisa de um Plano Safra de verdade, que chegue no pequeno, no médio e no grande com condição justa. Seguro agrícola tem que funcionar como seguro, não como promessa de campanha. E o crédito tem que caber no bolso do produtor, não no pescoço dele”.
Rezende defende a adoção de políticas públicas “estruturantes e permanentes”, como linhas de crédito mais baratas, seguros agrícolas íveis e mecanismos de gestão de risco mais modernos. “Não dá mais pra confiar só na sorte ou na fé. É preciso gestão de risco como política de Estado, não como favor de governo. Hoje, o produtor financia com juros de 14%, 15%, quando consegue. É insustentável. A conta não fecha. E o Plano Safra precisa vir com uma coragem que o governo ainda não mostrou”, dispara o presidente do IA.
O agro brasileiro mostra resiliência e potência. Mas como diz o ditado no interior: “boi gordo não engorda sozinho”. A sustentação do setor exige um pacto nacional — técnico, político e financeiro — para que o motor do Brasil rural continue girando.
Além dos custos internos, o cenário externo também exige atenção. Um possível acordo comercial entre China e Estados Unidos pode redistribuir o jogo global da soja, dificultando o o do Brasil ao mercado asiático — hoje, o maior comprador da nossa oleaginosa.
Fonte: Pensar Agro
Agronegócios
Capacidade de armazenagem cresce e chega a 227 milhões de toneladas

O estoque de produtos agrícolas no Brasil fechou o segundo semestre de 2024 em 36 milhões de toneladas, segundo levantamento divulgado esta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O volume representa uma queda de 19,3% em comparação ao mesmo período de 2023, refletindo o ritmo das vendas e o escoamento da produção nacional ao longo do ano.
Entre os principais produtos, o milho lidera os estoques, com 17,7 milhões de toneladas, seguido pela soja (7,3 milhões), trigo (5,7 milhões), arroz (1,7 milhão) e café (900 mil toneladas). Juntos, esses cinco produtos correspondem a 92,4% de todo o volume armazenado no país.
O dado que chama atenção é que, entre os principais grãos monitorados, apenas o arroz apresentou aumento no estoque na comparação com o fechamento de 2023, indicando uma menor pressão de saída desse item no mercado.
Os demais produtos, como algodão, feijão preto, feijão de cor e outras sementes, somam os 7,6% restantes dos estoques.
Apesar da redução nos estoques, a estrutura de armazenagem no Brasil segue em expansão. No segundo semestre de 2024, a capacidade total de armazenagem alcançou 227,1 milhões de toneladas, o que representa uma alta de 2,1% em relação ao semestre anterior.
O país conta atualmente com 9.511 estabelecimentos de armazenagem ativos, um pequeno avanço de 0,9% no mesmo comparativo.
O destaque vai para Mato Grosso, que segue como o estado com a maior capacidade de armazenagem do Brasil, com 61,4 milhões de toneladas. Esse volume acompanha a liderança mato-grossense na produção de grãos, especialmente milho, soja e algodão. Já o Rio Grande do Sul lidera em número de estabelecimentos, com 2.448 unidades de armazenamento.
Quando se observa o tipo de estrutura utilizada, os silos predominam, representando 53,1% da capacidade nacional, com 120,5 milhões de toneladas. Esse modelo teve crescimento de 2,6% no semestre, sendo o preferido para grãos que exigem melhor controle de conservação, como milho e soja.
Os armazéns graneleiros e granelizados respondem por 36,4% da capacidade total, com 82,6 milhões de toneladas, e também registraram crescimento de 2,1%.
Já os armazéns convencionais, estruturais e infláveis somaram 24 milhões de toneladas, representando 10,6% do total nacional, com crescimento mais modesto, de 0,4% em relação ao semestre anterior.
O crescimento da capacidade de armazenagem é uma resposta direta à necessidade de acompanhar o aumento da produção agrícola brasileira nos últimos anos. No entanto, a redução nos estoques sinaliza que os grãos estão saindo mais rapidamente das fazendas, seja para atender o mercado interno, seja para atender às exportações.
Ter uma estrutura adequada de armazenagem continua sendo fundamental para o produtor rural ganhar mais liberdade na hora de negociar sua produção, evitando a venda em momentos de preço baixo e garantindo melhor qualidade dos grãos até o destino final.
O cenário atual reforça que, mesmo com um ciclo de estoques menores, a cadeia produtiva segue fortalecida e estruturada, com capacidade crescente para atender tanto o mercado brasileiro quanto a demanda internacional.
Fonte: Pensar Agro
Agronegócios
Líder da pecuária nacional registra o melhor preço da carne bovina exportada desde 2022

Líder absoluto na produção de carne bovina no Brasil, Mato Grosso (que tem o maior rebanho do país, com aproximadamente 34,5 milhões de cabeças – 14% do rebanho nacional) bateu mais um recorde em maio: a carne bovina produzida no Estado alcançou o maior preço de exportação desde outubro de 2022, segundo dados do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT) e do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
O preço médio ultraou pela primeira vez, nesse período, a marca de R$ 22.577,00 por tonelada, reflexo direto da forte demanda internacional, principalmente da China, que segue como o principal destino da carne produzida no estado. Só em maio, os embarques somaram 65,8 mil toneladas em equivalente carcaça, o segundo maior volume registrado em 2024.
A China manteve a liderança nas compras, com 54,8% da carne embarcada, além de ser o país que pagou o maior valor por tonelada, também acima dos R$ 22,5 mil. A valorização é puxada pela estabilidade da demanda asiática, pela qualidade reconhecida da carne mato-grossense e pela confiança no status sanitário do Brasil.
Além da forte presença da China, a abertura de novos mercados vem impulsionando ainda mais as exportações. Em maio, o Brasil obteve autorização para exportar carne bovina para as Bahamas, depois da aprovação do certificado sanitário bilateral. Esse avanço se soma aos embarques consolidados para outros destinos relevantes, como Estados Unidos, Emirados Árabes, Egito e Chile.
A pecuária mato-grossense se fortalece ainda mais com o reconhecimento oficial, entregue na semana ada pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), de que o Brasil é livre de febre aftosa sem vacinação. Essa conquista histórica abre caminho para ar mercados de alto valor agregado, que até então impunham restrições sanitárias mais rigorosas.
Com um rebanho robusto e sistemas produtivos avançados, Mato Grosso mantém sua liderança graças à integração eficiente entre as fases de cria, recria e engorda, além dos investimentos constantes em genética, nutrição e manejo sustentável.
A pecuária do estado também se destaca pelo uso de tecnologias que aumentam a produtividade sem ampliar a área de pastagem, aliando sustentabilidade à eficiência econômica. Esse modelo garante que a produção mato-grossense siga atendendo tanto o mercado interno quanto o externo com carne de alta qualidade, segurança e rastreabilidade.
O mercado segue com perspectivas favoráveis para os próximos meses, com expectativa de manutenção da demanda aquecida, especialmente da China, além do fortalecimento das exportações para novos mercados.
A combinação de preços em alta, abertura de novos destinos, crescimento no volume embarcado e reconhecimento sanitário internacional consolida Mato Grosso como um dos maiores fornecedores de proteína bovina do mundo.
Fonte: Pensar Agro
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